terça-feira, 25 de agosto de 2009

Carta do II Fórum Regional da Juventude Rural

Campos Novos – Julho de 2009

Nós, jovens rurais dos municípios de Abdon Batista, Brunópolis, Campos Novos, Celso Ramos, Ibiam, Monte Carlo, Vargem e Zortéa, reunidos, no dia 02 de julho de 2009, no II Fórum Regional da Juventude Rural promovido pela Associação de Jovens Empreendedores Rurais (ADJER) em parceria com a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho por meio do Portal Social, a AMPLASC, o Instituto Souza Cruz e a Epagri/SC, debatemos a relação entre a participação das juventudes rurais, a cidadania e o desenvolvimento sustentável, pois temos como projeto influenciar em práticas que afetam a vida dos jovens e interferem na sua qualidade de vida, expressando nossas idéias e a visão de futuro que temos ao praticar ações protagonistas no presente. Para isso, apelamos aos nossos representantes do poder público, instituições governamentais e não governamentais, às inúmeras organizações da sociedade civil que atuam no nosso território, às comunidades e famílias para que escutem nossas demandas e se sensibilizem com a causa das juventudes rurais, seja no âmbito das oportunidades de trabalho digno ou do acesso à educação e saúde de qualidade, às novas tecnologias da informação e comunicação, ao esporte e ao lazer, pois todos são fundamentais para a concretização de nossos objetivos.

As principais demandas são referentes ao reconhecimento de que os jovens rurais são sujeitos capazes de contribuir com um futuro sustentável, de que podem ser parte da solução de muitas dificuldades e, por isso, não podem ser vistos como problemas. Dentre elas, enfatizamos o direito a não discriminação, valorização de nossos costumes, saberes e potencialidades; reconhecimento dos jovens como cidadãos com direitos políticos e sociais; participação na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas, para facilitar o acesso e diminuir a burocracia; reconhecimento das juventudes rurais como público a ser atendido pelas agências de formação profissional e extensão rural, para ampliar o número de jovens qualificados para atuar no novo mundo rural; incentivo à formação de grupos de jovens e oportunidade para participar de programas que complementem a educação formal, visto que ela ainda é voltada para os jovens urbanos; canais de comunicação mais efetivos entre os jovens do campo e os representantes do poder público. Em razão disso, reafirmamos nosso compromisso com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que moram e trabalham no campo e estamos dispostos a participar da construção de uma nova sociedade rural, cientes de nossos direitos e de nossos deveres, prontos para eliminar dificuldades e investir em ações de protagonismo e empreendedorismo, de modo a multiplicar a capacidade associativa dos jovens, por acreditarmos que no coletivo somos mais fortes e podemos contribuir mais com o desenvolvimento de nossa região.
Por fim, queremos contagiar outros jovens rurais para que se engajem nessa causa, seja ingressando na ADJER ou participando de outros movimentos sociais que tenham os jovens rurais como parceiros. O valor e a atenção aos jovens em geral, e aos jovens rurais em especial, podem incentivar a participação e disseminar a idéia de que é possível sonhar sem medo, desde que muitas portas se abram e criem oportunidades concretas por meio de uma formação integral, que valorize aspectos da vida do jovem que interferem, mas vão muito além da sua capacidade produtiva.

Não queremos mais ser invisíveis, nós existimos, estamos aqui para afirmar nosso desejo de reconhecimento e valorização, pois sabemos que é possível ser cidadão no meio rural e, por isso, estamos exercendo nossa cidadania ao requerer para outros jovens a oportunidade de se desenvolverem pessoal, social e profissionalmente. Para sermos o futuro que esperam de nós, é fundamental que sejam agilizadas oportunidades concretas de formação, para que, nós, jovens rurais, possamos ser autores de uma história de conquista de espaços de atuação protagonista e cidadã.

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